Margem Equatorial pode deter maiores reservas de petróleo já encontradas no Brasil

Segundo a Petrobras, região possui características semelhantes às grandes reservas da Guiana Suriname
Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e imagem submarina de perfuração do poço 3-RJS-160, Pitu Oeste, na Bacia Potiguar, Margem Equatorial Brasil. (Foto: reprodução/Tomaz Silva/Agência Brasil; reprodução/X @jeanpaulprates)

Uma extensão de mais de 2,2 mil quilômetros ao longo da costa brasileira, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, conhecida como Margem Equatorial, pode abrigar as maiores reservas de petróleo e gás já descobertas no Brasil.

Segundo a Petrobras, essa região possui características semelhantes às grandes reservas encontradas no Suriname e Guiana, países que experimentaram um crescimento econômico significativo recentemente, segundo aponta reportagem especial da Agência Sputnik.

A Petrobras, apesar de ter enfrentado rejeição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para licença ambiental em 2023, assegura que os riscos ambientais são mínimos devido à distância da costa e à expertise adquirida em décadas de exploração em águas profundas. A empresa iniciou a perfuração do poço de Pitu Oeste, na bacia Potiguar, a 53 quilômetros da costa, com a expectativa de concluir os trabalhos de confirmação da existência de petróleo em três a cinco meses.

A Margem Equatorial, localizada em águas com mais de 2,8 mil metros de profundidade, atravessa cinco estados: Amapá, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.

Especialistas acreditam que as cinco bacias da região podem conter mais de 30 bilhões de barris de petróleo, representando uma reserva potencial para além de 2050.

Apesar das expectativas positivas em relação à segurança energética, ambientalistas expressam preocupação com a fragilidade do ecossistema na área e a proximidade com a foz do rio Amazonas, a mais de 500 quilômetros da primeira bacia.

A falta de estudos ambientais detalhados na bacia sedimentar da Margem Equatorial, especialmente próxima à Foz do Amazonas, é apontada como uma lacuna crítica.

A Petrobras destaca a importância estratégica da Margem Equatorial para a economia e sociedade do Norte e Nordeste, destacando a criação de empregos, investimentos e o desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores.

No entanto, as emissões de carbono resultantes da exploração na região geram preocupações sobre os impactos nas mudanças climáticas.

A possibilidade de a Margem Equatorial se tornar uma nova fronteira petrolífera no Brasil é vista como uma oportunidade inédita para a melhoria econômica e social em uma região marcada por desigualdades.

Enquanto a Petrobras investe US$ 3,1 bilhões (R$ 15,2 bilhões) até 2028, as preocupações ambientais e a busca por alternativas sustentáveis continuam a moldar o debate em torno dessa descoberta em potencial de petróleo.

Brasil 247 – mencionando Sputnik

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