Alagoana de 116 anos pode ser a pessoa mais velha do mundo

Dona Joana tem vários documentos atestando a idade, segue rotina tranquila e já prepara festa dos 177 anos
A alagoana Joana do Espírito Santo (de verde) pode ser uma das pessoas mais velhas do mundo — (Foto: reprodução / Douglas França / TV Gazeta)

Uma alagoana moradora de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, pode ser a uma das pessoas mais velhas do mundo.

O registro do Sindicado dos Trabalhadores do Rurais e o RG, indicam que ela nasceu em 2 de fevereiro de 1909, o que significa que tem 116 anos, idade igual ao da atual recordista mundial, segundo dados da entidade internacional LongeviQuest.

Joana do Espírito Santo é natural da cidade de Capela, no interior do estado. Atualmente ela mora com a filha Maria de Lourdes, na cidade de Rio Largo, que cuida de cada detalhe de sua rotina.

Dona Joana não conseguiu estudar, mas ela se orgulha da família numerosa: 50 netos e bisnetos.

De acordo com o Guinnes Book, com base nos dados Longeviquest, o título de pessoa mais idosa do mundo é da Britânica Ethel Caterhan.

Ela completou 116 anos em agosto desse ano. Dona Joana nasceu em fevereiro, o que a torna mais idosa.

A família de dona Joana segue na tentativa para que ela seja reconhecida oficialmente.

Lourdes conta que a mãe adora virar a noite cantando e, por isso, só acorda perto do meio-dia.

A família é numerosa: são cerca de 50 netos e bisnetos já difíceis de contar.

“O dia do meu casamento foi muito feliz”.

“Foram três dias de festa”.

“Dancei tanto que caí”, diz dona Joana.

A filha diz que foi uma surpresa descobrir que a mãe pode ser a pessoa mais velha do mundo.

O problema é que Joana não tem mais a certidão que comprova o ano em que ela foi registrada.

A aposentada perdeu o documento durante a enchente que atingiu a casa dela, em Rio Largo, em 2010.

A cheia atingiu todo estado, inclusive o município de Murici, onde o rio Mundaú transbordou e destruiu os registros do cartório, onde Joana foi registrada.

A prefeitura de Rio Largo chegou a tentar recuperar a documentação da idosa a pedido dos familiares, mas sem sucesso.

Diante da ausência do documento original, não foi possível dar continuidade a um pedido oficial de reconhecimento internacional.

Mas a família segue na tentativa de reconhecê-la como a mulher mais velha.

Apesar da idade impressionante, Joana tem saúde estável e é acompanhada semanalmente, às terças-feiras, pela equipe do programa municipal Melhor em Casa, que garante visitas médicas, entrega de fraldas e medicamentos.

Entre os encontros que marcaram dona Joana, tiveram dois que ela lembra: um com o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que ela afirma ter tocado no casamento dela.

O outro foi com outro rei, o do cangaço, Lampião.

“Ele só andava todo enfeitado”.

“O chapéu chega brilhava”.

“Eu estava debaixo da cama [escondida]; aí ele [Lampião] descobriu a panela que estava em cima do fogão e disse assim ‘mas rapaz, que carne cheirosa, ‘que canequinho mais brilhoso; minha filha fique aí [debaixo da cama], que eu vou apanhar o feijão’”, relembrou dona Joana.

Heliana Gonçalves — G1 / AL, TV Gazeta

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