Uma alagoana moradora de Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, pode ser a uma das pessoas mais velhas do mundo.
O registro do Sindicado dos Trabalhadores do Rurais e o RG, indicam que ela nasceu em 2 de fevereiro de 1909, o que significa que tem 116 anos, idade igual ao da atual recordista mundial, segundo dados da entidade internacional LongeviQuest.
Joana do Espírito Santo é natural da cidade de Capela, no interior do estado. Atualmente ela mora com a filha Maria de Lourdes, na cidade de Rio Largo, que cuida de cada detalhe de sua rotina.
Dona Joana não conseguiu estudar, mas ela se orgulha da família numerosa: 50 netos e bisnetos.
De acordo com o Guinnes Book, com base nos dados Longeviquest, o título de pessoa mais idosa do mundo é da Britânica Ethel Caterhan.
Ela completou 116 anos em agosto desse ano. Dona Joana nasceu em fevereiro, o que a torna mais idosa.
A família de dona Joana segue na tentativa para que ela seja reconhecida oficialmente.
Lourdes conta que a mãe adora virar a noite cantando e, por isso, só acorda perto do meio-dia.
A família é numerosa: são cerca de 50 netos e bisnetos já difíceis de contar.
“O dia do meu casamento foi muito feliz”.
“Foram três dias de festa”.
“Dancei tanto que caí”, diz dona Joana.
A filha diz que foi uma surpresa descobrir que a mãe pode ser a pessoa mais velha do mundo.
O problema é que Joana não tem mais a certidão que comprova o ano em que ela foi registrada.
A aposentada perdeu o documento durante a enchente que atingiu a casa dela, em Rio Largo, em 2010.
A cheia atingiu todo estado, inclusive o município de Murici, onde o rio Mundaú transbordou e destruiu os registros do cartório, onde Joana foi registrada.
A prefeitura de Rio Largo chegou a tentar recuperar a documentação da idosa a pedido dos familiares, mas sem sucesso.
Diante da ausência do documento original, não foi possível dar continuidade a um pedido oficial de reconhecimento internacional.
Mas a família segue na tentativa de reconhecê-la como a mulher mais velha.
Apesar da idade impressionante, Joana tem saúde estável e é acompanhada semanalmente, às terças-feiras, pela equipe do programa municipal Melhor em Casa, que garante visitas médicas, entrega de fraldas e medicamentos.
Entre os encontros que marcaram dona Joana, tiveram dois que ela lembra: um com o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que ela afirma ter tocado no casamento dela.
O outro foi com outro rei, o do cangaço, Lampião.
“Ele só andava todo enfeitado”.
“O chapéu chega brilhava”.
“Eu estava debaixo da cama [escondida]; aí ele [Lampião] descobriu a panela que estava em cima do fogão e disse assim ‘mas rapaz, que carne cheirosa, ‘que canequinho mais brilhoso; minha filha fique aí [debaixo da cama], que eu vou apanhar o feijão’”, relembrou dona Joana.
Heliana Gonçalves — G1 / AL, TV Gazeta