STF retoma julgamento de Bolsonaro; Cármen Lúcia vota

Presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin será o último a votar; “temos a responsabilidade constitucional de julgar”, disse a ministra
Ministra do STF Cármen Lúcia começou sua fala destacando a importância das ações penais e da responsabilidade de quem julga as ações: “esse é um processo, como há outros, que temos a responsabilidade constitucional de julgar; processos que despertam maior ou menor interesse da sociedade, o que não é também nada de novo, seja uma cidade pequena, seja para todo o país”, afirmou. (Foto: reprodução / Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou no início da tarde desta quinta-feira (11) o julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.

O próximo voto será proferido pela ministra Cármen Lúcia.

Se a ministra for favorável à condenação do ex-presidente e seus aliados, o colegiado formará maioria de votos e placar de 3 a 1 para declarar os réus culpados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

A exceção é o caso do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem que, atualmente, é deputado federal.

Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente aos três primeiros crimes.

A regra está prevista na Constituição.

Nas sessões anteriores, o relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino votaram pela condenação dos réus.

Luiz Fux abriu divergência e absolveu Bolsonaro e mais cinco aliados.

No entanto, o ministro votou pela condenação de Mauro Cid e do general Braga Netto pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito. Para esses réus, já há maioria para a condenação.

O ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, será o último a votar.

Após a manifestação de Zanin, a Corte entrará na fase da dosimetria, ou seja, o anúncio do tempo de pena para os condenados.

Quem são os réus

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;

Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;

Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;

Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

André Richter — repórter da Agência Brasil; edição: Juliana Andrade

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