A Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, promovida de 21 a 28 de agosto em diversas escolas estaduais, trouxe uma discussão acerca do Atendimento Educacional Especializado (AEE) na Educação Básica.
Na Escola Estadual Manoel de Araújo Dória, no Conjunto Henrique Equelman, em Maceió, o fruto desse debate gerou uma iniciativa inédita na instituição: o Guia Prático de AEE, elaborado pelos professores Adson Fetal Costa e Adriana Barros.
O material foi pensado para dar suporte aos docentes no dia a dia com estudantes que apresentam deficiência intelectual, oferecendo orientações acessíveis e aplicáveis em sala de aula.
Um guia feito para professores
Segundo a professora Adriana Barros, o material nasceu da necessidade de dar suporte aos docentes na identificação e no acompanhamento dos estudantes com deficiência intelectual e múltipla.
“Nós pensamos em construir esse guia para auxiliar os nossos colegas professores que estão em sala de aula, na identificação dos estudantes com alguma deficiência”.
“O foco maior é a deficiência intelectual e múltipla, mas também abordamos outras situações”.
“A ideia é facilitar esse reconhecimento e, a partir daí, encaminhar para a sala de recursos, onde fazemos uma avaliação, chamamos a família e direcionamos também ao atendimento de saúde”, explica Adriana.
O guia traz informações claras e práticas: o que é a deficiência intelectual, sinais comuns, possíveis causas, os direitos garantidos em lei e estratégias de inclusão.
“Ele dá um norte ao professor”, resume a educadora.
A rotina no AEE
Na escola, o Atendimento Educacional Especializado acontece na sala de recursos e funciona em dois turnos: pela manhã, com a professora Adriana, e à tarde, com o professor Adson.
Atualmente, cada um atende cerca de 12 estudantes.
O trabalho não se limita ao reforço de disciplinas.
O foco está no desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais, como atenção, concentração, leitura, escrita e raciocínio lógico.
“Não é uma aula comum”.
“A gente trabalha com jogos, atividades lúdicas, recursos exercícios adaptados para estimular as capacidades de cada estudante”, conta Adriana.
Acolhimento e impacto
A recepção do guia entre os professores foi imediata e positiva.
Muitos destacaram que agora conseguem identificar com mais facilidade as características que antes passavam despercebidas.
“Os colegas disseram: ‘agora vai ser até mais fácil a gente conseguir identificar alguma característica dos alunos’, o que mostra que o guia cumpre seu papel”, afirma Adriana.
O guia prático
O material elaborado pela equipe busca simplificar conceitos e oferecer ferramentas de fácil aplicação.
O guia explica o que é a deficiência intelectual, seus sinais mais comuns, causas possíveis e direitos legais dos estudantes.
Também orienta os professores sobre como identificar quando um aluno pode precisar de atenção diferenciada e como encaminhá-lo para a sala de recursos.
Ana Flávia Oliveira/ ASCOM SEDUC