A gestante de alto risco Yasmin Rodrigues da Silva, 16 anos, deu à luz a filha, após ter sido atendida no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, e, segundo a família, mesmo se queixando de fortes dores, ser mandada de volta para casa.
O episódio aconteceu no município de Lagoa da Canoa, na última segunda-feira (11).
A bebê, Yris Valentina, morreu logo após o parto, e a mãe, Yasmin, no dia seguinte.
A gestante foi diagnosticada com anemia falciforme, doença que aumenta o risco de parto prematuro e complicações para a mãe e o bebê.
A adolescente entrou em trabalho de parto aos oito meses de gestação, foi atendida no Centro de Parto de Lagoa da Canoa e encaminhada ao Hospital Nossa Senhora do Bom Conselho em Arapiraca, mas segundo parentes, foi liberada para casa mesmo com fortes dores.
Horas depois, ela deu à luz no quarto de casa.
“Chegou até o quarto dela, deitou na cama e disse: ‘mãe, a minha filha vai nascer’; a menina já estava na cama, ainda dentro do saquinho, mas ela estava se mexendo”, disse Vitória Alves, prima de Yasmin.
Após o parto, Yasmin e a filha foram levadas em uma ambulância do Centro de Parto de Lagoa da Canoa até o Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho.
“Levaram elas até a maternidade, mas chega lá, a menina já estava em óbito”, disse a prima de Yasmin.
Por meio de nota, o Centro de Parto de Lagoa da Canoa afirmou que prestou toda a assistência médica necessária e encaminhou para maternidade de alto risco em Arapiraca, de forma rápida e com acompanhamento de profissional de enfermagem, mas que infelizmente, a maternidade deu alta médica a gestante de alto risco sem realização de exames necessários (leia a nota na íntegra ao final do texto).
A TV Gazeta (corresponsável pela reportagem) procurou a direção do Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, mas não obteve retorno.
A família procurou a Polícia Civil, que abriu investigação para apurar o caso.
“Foi um pedaço de mim que eu perdi”.
“Não foi só uma vida”.
“Foram duas vidas”.
“Quero Justiça”, disse Maria Iraneide da Silva, tia de Yasmin.
Essa não foi a primeira vez que o Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho foi acusado de negligência médica.
Em maio, Daniele Lima Silva, 36 anos, e a bebê dela morreram após o parto no hospital.
Em fevereiro de 2022, dois bebês foram trocados no hospital, mas o caso só foi descoberto quase dois anos depois.
O que disse o Centro de Parto de Lagoa da Canoa
Em nota, a direção do Centro de Parto de Lagoa da Canoa informou que no primeiro atendimento foi prestada toda a assistência médica necessária e encaminhou para maternidade de alto risco em Arapiraca, de forma rápida e com acompanhamento de profissional de enfermagem, mas que infelizmente, a maternidade deu alta médica a gestante de alto risco sem realização de exames necessários.
Afirmou ainda que horas depois, a unidade foi acionada para buscar a paciente com fortes dores, mas ao chegar lá, o parto já havia ocorrido.
A Unidade esclareceu que dispõe de ambulâncias básicas para transportes rápido e sem risco eminente de morte e que liberou o transporte como tentativa de proporcionar um atendimento mais rápido, que no momento não seria possível através do Samu.
O ambulatório de Lagoa da Canoa afirmou que segue à disposição para qualquer esclarecimento.
G1 AL e TV Gazeta


