Caso em Minas Gerais alerta para respeito à vida e ao trabalho de garis

Milhares de garis vão às ruas todos os dias para que cidade se mantenha limpa e organizada – e enfrentam impaciência de motoristas
Caso em Belo Horizonte alerta para a importância de respeitar garis durante o trabalho. (Foto: reprodução / Felipe Sóstenes / Secom Maceió)

A morte do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, gari em Belo Horizonte (MG), reacende o debate sobre a segurança e o respeito aos profissionais da limpeza urbana.

O brutal assassinato a tiros na manhã da última segunda-feira (11), motivado por uma briga de trânsito e no exercício da sua função, destaca um componente vivenciado pelo segmento em praticamente todas as cidades brasileiras: o impacto negativo para a fluidez do trânsito devido à parada dos caminhões-basculante para recolhimento de resíduos residenciais e a impaciência dos condutores com a manobra.

O caso, que gerou comoção nacional, também evidencia o quanto o trabalho desses servidores é exposto a riscos diários, muitos deles evitáveis com atitudes simples da população.

Em Maceió, milhares de garis percorrem as ruas todos os dias para garantir que a cidade se mantenha limpa e organizada. No entanto, muitos ainda enfrentam situações de pressão e imprudência no trânsito, como buzinas impacientes, veículos em alta velocidade e a falta de educação de alguns cidadãos.

Cristiano Gregório, gari há 9 anos, trabalha na parte alta da cidade e conta que ainda falta consciência da população em relação ao trabalho.

“Alguns bairros possuem ruas estreitas e o caminhão fica parado por um tempo até que a gente consiga coletar em todas as casas”.

“Às vezes, algumas pessoas não entendem isso e buzinam, reclamam também, fazendo com a gente acelere o trabalho, pegue os volumes às pressas ou até inicie alguma discussão desnecessária”, disse.

Para preservar a segurança desses trabalhadores, a Autarquia Municipal de Limpeza Urbana (Alurb) orienta que motoristas e pedestres aguardem a coleta sem pressionar os profissionais, reduzam a velocidade ao se aproximar do caminhão e evitem jogar lixo quando o veículo já estiver se afastando.

Pequenas mudanças de comportamento podem fazer grande diferença.

“Faço um apelo para que as pessoas entendam que nosso trabalho pode demorar um pouco, atrasar a pessoa que está atrás do caminhão, mas não é porque nós queremos e sim porque é necessário”.

“Tenham calma, esperem a gente concluir e vamos voltar para nossas famílias em paz”, finalizou Gregório, pedindo paciência e compreensão para os cidadãos.

A diretora-executiva da Alurb, Kedyna Tavares, afirma que “respeitar os garis é mais do que um gesto de educação: é reconhecer que eles desempenham um serviço essencial para a saúde e o bem-estar de toda a cidade.

Então, segurança no trabalho começa com a colaboração de cada um de nós, entendendo o funcionamento dos serviços, sendo gentil e paciente com os profissionais que o fazem”.

Alexandre Vieira / ASCOM ALURB

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