AL teve mais de 2,6 mil erros em saúde privada e pública em um ano

Dados analisados são do período de 2023 a 2024, de estudo divulgado pela Organização Nacional de Acreditação (ONA)
Protocolo de segurança ajuda a minimizar erros médicos. (Foto: reprodução / Agência Saúde–DF)

Em um ano, Alagoas registrou 2 mil e 629 erros na assistência à saúde privada e pública devido a acidentes ou à negligência profissional entre 2023 e 2024.

A pesquisa foi divulgada pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).

O estudo mostra como a administração incorreta de medicamentos e realização de cirurgias em locais equivocados resultaram em morte dos pacientes atendidos na rede pública e privada do estado.

A pesquisa também revelou que a falha de assistência à saúde foi o que mais causou morte entre esses pacientes, sendo 32 óbitos computados.

De acordo com o estudo, os erros mais comuns notificados em Alagoas nesse período foram:

falhas de medicação

infecções (especialmente em ambientes de UTI)

identificação incorreta de pacientes

atrasos na assistência

falhas na comunicação em transferências internas

Mais de 2 mil erros médicos são registrados em Alagoas no período de um ano

Gerente da ONA, Gilvane Lolato explica que algumas medidas de segurança poderiam reduzir esses erros e até evitar óbitos.

“As falhas ocorrem durante o cuidado prestado ao paciente”.

“Podendo ser erro de medicação, omissão de cuidados, infecções hospitalares evitáveis, erro de identificação de paciente ou procedimentos realizados incorretamente”.

“Muitas dessas falhas são evitáveis e estão associadas à ausência de protocolos seguros”.

Lolato destaca que uma das medidas que podem ser adotadas para proteger os pacientes é a implementação de processos de acreditação, que permitem às instituições adotar protocolos de segurança mais rigorosos.

No Brasil, a ONA é a responsável por estabelecer os padrões de qualidade dos serviços prestados por uma instituição e tem reconhecimento internacional pela ISQua (International Society for Quality in Health Care).

Dados da ONA atualizados neste sábado (22) apontam que em Alagoas apenas 11 instituições são acreditadas.

No site da Organização é possível ver quais são essas unidades e o tipo de certificação que elas receberam.

A nível de Brasil, os dados são ainda mais assustadores, das mais de 380 mil organizações de saúde registradas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) apenas 1.932 estão acreditadas.

“A obtenção da acreditação é um processo desafiador que exige uma profunda mudança cultural dentro das organizações”.

“Além de aumentar a segurança no atendimento médico e na realização de exames e diagnósticos, o processo contribui para minimizar riscos e reduzir falhas operacionais”, explicou a gerente da ONA.

Mulheres dizem que médico cometeu erros em cirurgias plásticas em Maceió

Entre 2023 e 2024, casos de erros médicos ganharam repercussão em Alagoas. Em Maceió, mais de 20 mulheres denunciaram um cirurgião plástico após procedimentos malfeitos em 2023.

Segundo elas, o profissional cometeu erro médico durante os procedimentos e não prestou a assistência devida no pós-operatório.

Nesse mesmo ano, uma idosa que tinha uma cirurgia marcada para corrigir uma fratura no tornozelo acabou com a perna amputada.

O caso aconteceu no Hospital Geral do Estado (HGE) e a equipe médica foi toda afastada.

Em 2024, uma mãe usou as redes sociais para denunciar negligência médica depois que a filha dela morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes. Segundo a mãe, falhas no atendimento e erros médicos levaram à morte de Aurora, de 1 ano e 2 meses de idade.

Vivi Leão — G1 / AL

Leia também