Defensoria Pública denuncia Prefeitura de Maceió

Denúncia é referente a medida sobre transporte escolar: Prefeitura liberou veículos inseguros e não inspecionados para operar
Após vistoria, Defensoria Pública aponta descumprimento de decisão judicial sobre circulação de ônibus escolares em Maceió. (Foto: reprodução)

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) comunicou à Justiça descumprimento de decisão judicial que ordenava o retorno da circulação dos ônibus escolares em Maceió.

O comunicado foi feito em documento enviado ao Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL) nesta sexta-feira (7), referente a uma ação movida por órgãos de fiscalização em abril de abril de 2024.

Integram a iniciativa o Ministério Público Federal, a DPE e o Ministério Público Estadual, que, entre outras medidas, realizou vistoria na última quinta (6), a cargo do defensor público do Núcleo de Proteção Coletiva, Lucas Monteiro Valença.

Na inspeção, segundo a DPE, foi constatado que a Prefeitura liberou veículos inseguros e não inspecionados para operar.

Segundo a apuração da Defensoria Pública, até o final do mês passado, apenas 51 dos 241 ônibus escolares em circulação foram submetidos a vistoria pelo Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT).

Em decisão proferida na última segunda-feira, 02, após embargos de declaração apresentados pela Defensoria Pública, na ação ajuizada pelo Ministério Público Estadual, o TJ/AL deixou claro que a liberação dos ônibus escolares está condicionada à realização prévia de vistoria pelo DMTT.

Ao analisar o pedido, o desembargador Fábio José Bittencourt Araújo, presidente do TJ/AL, destacou que o Município havia declarado expressamente que não deixaria de observar as normas de segurança.

“Na prática, no entanto, todos os ônibus voltaram a circular, mesmo sem atender a critérios básicos de segurança e sem prévia vistoria da DMTT”.

“Segundo ofício do próprio Município, apenas 20% dos ônibus passaram por inspeções prévias do DMTT até a última semana, enquanto o restante está circulando livremente”.

“Hoje, durante a inspeção, pudemos constatar a existência de ônibus com portas sendo seguradas por um pedaço de estaca e arame, sem cinto de segurança, vários com pneus recondicionados e em péssimo estado, paredes e estofados dos ônibus rasgados, dentre outras falhas graves de segurança”.

“Segundo relatado por alguns motoristas, eles próprios afirmaram não se sentirem seguros em dirigir os ônibus escolares.” destacou o defensor público Lucas Valença.

Suspensão de Liminar

No dia 20 de fevereiro, a Defensoria Pública, por meio dos defensores públicos Lucas Monteiro Valença e Isaac Vinícius Costa Souto, juntamente com membros do Ministério Público do Estado (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF), obtiveram uma liminar que proibiu a circulação dos ônibus escolares da empresa Localine, devido à falta de segurança dos veículos.

No entanto, a decisão foi derrubada no dia seguinte, após recurso do Município, que solicitou a liberação gradual dos ônibus aprovados em vistoria pelo DMTT, no prazo de 15 dias.

Assessoria / DPE

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