O sinal da Rede Globo em Alagoas pode continuar a ser transmitido pela TV Gazeta.
O blog do jornalista Odilon Rios publicou, nessa quinta-feira (13), informações sobre a reviravolta num processo que só na esfera judicial já tem mais de um ano.
Conforme a publicação, a manutenção do sinal está condicionada ao afastamento de Collor da posição em que está: à frente do grupo de comunicação Organização Arnon de Mello (OAM).
Porém, ainda não teria sido finalizada exatamente por não se ter uma definição sobre essa posição dele.
Ainda conforme o jornalista, a empresa vinculada à TV Asa Branca (que originalmente assumiria o sinal) receberia uma compensação.
Conforme o blog apurou, a já detentora do direito na região de Caruaru, agreste pernambucano, e grupo de comunicação mais consolidado nesta área do Nordeste, continuaria com a retransmissão do Canal Futura, como já faz hoje.
O canal é um dos que compõem a grade da emissora cariosa, mas, é dedicado exclusivamente à educação e nem de longe tem o peso comercial do da tv aberta.
A emissora já está com toda a estrutura montada para iniciar as operações desde, pelo menos, o início de 2024.
Só não o fez pelo impedimento da justiça de Alagoas.
A negociação envolveu o Sindicato dos Jornalistas, preocupado com os postos de trabalho que a troca do sinal poderia acarretar.
Conforme o blog apurou, o presidente da entidade, Alexandre Lino, esteve presente à reunião em que foram tratados alguns termos do novo acordo.
Ao pedir à Justiça para se manter retransmitindo a Globo, as empresas de Collor alegaram que, perdendo o sinal, iria à falência e chegou a estimar o número de demissões a fazer: cerca de 300.
A reunião teria ocorrido na última quarta-feira (12), mês o dia em que Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça negou recurso motivo pelos credores trabalhistas de Collor.
Na decisão, os desembargadores Paulo Zacarias, Orlando Rocha e Elisabeth Carvalho deram prazo de trinta dias para o juiz da 10ª Vara Cível da Comarca da Capital decida sobre o plano de recuperação judicial das empresas de Collor, processo pelo qual o grupo diz tentar evitar a falência, mas tem se mostrado uma tentativa de dar calote nos credores trabalhistas.
O prazo é para que o titular, Erick Costa, decida se homologa ou não o plano, isto é: se aprova as condições da assembleia geral de credores.
Originalmente, as empresas conseguiram na assembleia aprovar um plano que previa o pagamento de apenas dez salários-mínimos a cada ex-empregado, independentemente do tempo de serviço que tivessem.
O prazo para a decisão que o Tribunal mandou que o juiz tomasse agora expirou há, pelo menos, quatro anos.
É que desde que começou o processo de recuperação judicial das empresas de Collor, a 10ª Vara Cível esteve sob o comando de, pelo menos, cinco juízes diferentes e entre idas e vindas dos substitutos – em períodos de afastamento de Costa para tratamento de saúde – foram algo em torno de oito mudanças.
A própria realização do julgamento teria sido parte do acordo que incluiria, ainda a designação de um executivo para assumir o lugar do atual diretor do grupo de comunicação, Luís Amorim, e até algumas medidas adotadas pela própria Globo.
Entre elas estaria renunciar aos recursos já encaminhados aos tribunais superiores visando se desvincular das empresas de Collor.