O governo Lula (PT) tem uma base firme de cinco partidos no Senado, que votam com o governo em mais de 80% das vezes: PT, MDB, PDT, PSD e PSB.
No total, essas siglas somam 42 senadores, número suficiente para completar a maioria absoluta de 41 votos no Senado por uma margem de segurança mínima; mas insuficiente para alcançar três quintos do plenário, quantidade necessária para aprovar mudanças na Constituição Federal.
Esta publicação foi feita com informações do Radar do Congresso, ferramenta do Congresso em Foco (responsável por esta reportagem).
Fora deste grupo, o União Brasil é o partido mais disponível para dar votos ao governo: seus senadores votaram com o governo Lula em 72% das oportunidades em 2023 e em 2024.
É um índice próximo à média geral do Senado, de 74%.
Os outros seis partidos são menos inclinados a seguir a orientação do Planalto.
Os dados são da ferramenta Radar do Congresso, que calcula a taxa de governismo de cada partido e de cada parlamentar na Câmara e no Senado cruzando os votos dele em plenário com as orientações do governo Lula (PT).
Legendas e congressistas que seguem a orientação, assim, marcam taxas de governismo mais altas.
Isso, porém, precisa ser relativizado: o Radar considera todas as votações em plenário, incluindo as de menor importância ou as que haja consenso entre todos os senadores.
Por isso, uma pontuação acima de 50% não necessariamente significa adesão ao governo, nem inclinação a votar com ele nos projetos mais importantes.
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), por exemplo, tem 43% de governismo, mas é o nome mais oposicionista da Casa e costuma votar contra o governo nos momentos mais cruciais.
O acompanhamento sobre as votações indica uma Casa mais ou menos dividida em duas margens: um bloco de cinco partidos (PT, MDB, PDT, PSD e PSB) mais inclinados a votar com o governo, somando 42 senadores, e outro tendendo à oposição, com seis legendas (Podemos, PSDB, PP, PL, Republicanos e Novo) e 32 senadores.
Os 7 parlamentares do União Brasil ficam no meio, com uma taxa próxima da média.
União Brasil deve ganhar presidência do Senado
O União Brasil é também a legenda do senador favorito para assumir a presidência da Casa Alta, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Hoje, Alcolumbre tem um governismo de 85%, acima dos 72% do partido.
O desenho indica certa concentração de poder no senador, se ele de fato assumir a cadeira — manter a bancada do União Brasil coesa, para um lado ou para o outro, pode ser a diferença para o governo avançar sua agenda na Casa ou naufragar.
Carlos Lins — Congresso em Foco