Lançado 1º satélite feito de madeira, para testar resistência do material

Cientistas querem saber, por exemplo, se LignoSat resiste às mudanças de temperatura e radiação no espaço
Os artefatos lançados nesta segunda-feira (5): mudança é pelos resíduos metálicos da reentrada na atmosfera, depois que os convencionais encerram vida útil – “satélites que não são feitos de metal devem se tornar comuns”, diz astronauta e professor. (Foto: reprodução)

A SpaceX lançou nesta terça (5) o Lignosat, o primeiro satélite de madeira já criado. Desenvolvido pela Universidade de Kyoto, no Japão, o satélite foi lançado durante uma missão que enviou suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS).

O lançamento foi realizado no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Segundo a agência espacial japonesa JAXA, tudo correu bem na operação e o novo satélite deve chegar à ISS em breve, sendo liberado ao espaço pouco depois.

A ideia é testar na prática sua resistência e durabilidade.

Assim, os dados obtidos vão ajudar os cientistas a descobrir se o LignoSat está pronto para resistir às mudanças de temperatura e radiação no espaço.

Este objeto mede apenas 10 cm de cada lado e foi produzido com madeira de magnólia.

Após vários testes, a equipe do projeto concluiu que esta madeira era a ideal porque tem maleabilidade razoavelmente alta, boa estabilidade dimensional e é forte.

A vantagem de usar a madeira no lugar das ligas metálicas normalmente aplicadas na construção dos satélites é que, quando o LignoSat encerrar suas atividades, ele vai reentrar na atmosfera e vai acabar queimado, sem gerar partículas metálicas.

Ainda não se sabe bem os efeitos destas partículas no ambiente e telecomunicações, mas é possível que sejam negativos.

Assim, dependendo do desempenho do LignoSat, a madeira pode se mostrar uma alternativa interessante para a produção de satélites.

“Os satélites que não são feitos de metal devem se tornar comuns”, observou Takao Doi, astronauta e professor especial da Universidade de Kyoto.

Danielle Cassita; editado por Luciana Zaramela — Canaltech; citando Phys.org

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