Catar divulga detalhes do acordo que vai libertar parte dos reféns

Cessar-fogo na Faixa de Gaza começará nesta sexta-feira (24), às 7h (horário local); à tarde, ocorre troca de reféns
Representante do Catar e os termos do acordo: cerca de doze horas após o início do cessar-fogo – 16h (11h horário de Brasília) – será iniciada a troca de 50 reféns que estão sob poder do Hamas e 150 prisioneiros palestinos. (Foto: reprodução)

O Catar divulgou, nesta quinta-feira (23), detalhes do acordo que vai libertar uma parte dos reféns levados de Israel pelo Hamas no mês passado.

Um cessar-fogo abrangente na Faixa de Gaza começará nesta sexta-feira (24), às 7h, no horário local. Às 16h – 11h em Brasília – será iniciada a troca de 50 reféns que estão sob poder do Hamas e 150 prisioneiros palestinos. Estão previstos quatro dias de trégua para a operação ser completada.

O anúncio dos detalhes foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores do principal mediador do acordo, o Catar. O primeiro grupo de reféns a voltar para casa será de 13 mulheres, crianças e adolescentes.

“Se houver um grupo de reféns da mesma família, será libertado junto neste primeiro grupo”, disse o porta-voz do Catar.

Segundo o Ministério da Saúde de Israel, os reféns vão ser entregues pelo Hamas à Cruz Vermelha, depois vão de Gaza para o Egito, pela passagem de Rafah, e de lá, vão ser encaminhados para seis hospitais em Israel, onde serão examinados por médicos e profissionais de saúde mental.

O porta-voz do governo do Catar afirmou que as partes estudam libertar um número maior de reféns e assim prolongar a duração desta trégua. A cada dez reféns, será acrescentado um dia de trégua.

O acordo prevê também a entrada diária na Faixa de Gaza de 200 caminhões de ajuda humanitária e quatro carregados de combustível e gás de cozinha.

“As linhas de comunicação permanecerão abertas e quaisquer violações serão denunciadas”, acrescentou o porta-voz.

O Hamas prometeu respeitar a trégua. Israel se comprometeu a não atacar o sul do território e a não sobrevoar o norte de Gaza durante seis horas por dia.

A guerra continuou em Gaza nesta quinta (23). Colunas de fumaça de explosões subiram do norte da Faixa, vistas do sul de Israel. Os militares israelenses disseram ter lançado 300 ataques aéreos.

Moradores de Rafah disseram que várias pessoas foram mortas nesta quarta (22) em um ataque aéreo israelense que atingiu algumas casas.

Sirenes alertando sobre tiros e explosões foram ouvidas na fronteira entre Israel e Líbano. O Hezbollah lançou mísseis contra o território israelense.

Depois da divulgação de imagens mostrando túneis do Hamas no subsolo do hospital Al Shifa, soldados israelenses prenderam o diretor do hospital, Mohammed Abu Salmiya. Ele foi transferido para Israel para interrogatório.

Segundo o exército de Israel, foram identificadas evidências ligando o médico ao uso do hospital como centro de comando do Hamas. O Ministério da Saúde do Hamas suspendeu as operações para retirar os feridos do Al Shifa e pediu às Nações Unidas uma solução rápida para liberar o diretor do hospital.

O governo de Israel diz que recebeu uma lista com os nomes das pessoas que deverão ser libertadas nesta sexta e que já avisou as famílias.

Em Doha, no Catar, uma sala de operações deverá monitorar o cumprimento do acordo, com linhas de comunicação diretas com Israel, o Hamas e a Cruz Vermelha.

Jornal Nacional

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