Cremerj abre sindicância sobre contaminação por HIV em transplantados

Presidente do conselho declarou situação como "gravíssima" e que "supostas falhas desse tipo são inaceitáveis"
Fachadas da sede do Conselho de Medicina do RJ e do laboratório responsável pelos exames nos doadores. (Foto: reprodução)

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu nesta sexta-feira (11) uma sindicância nesta sexta-feira para investigar denúncias sobre a contaminação de pacientes transplantados por HIV.

Segundo as investigações preliminares, a falha ocorreu em um laboratório contratado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro responsável por exames de detecção do vírus. Seis pessoas foram infectadas após transplantes de órgãos.

A CNN (responsável por esta reportagem) apurou que dois doadores teriam feito exame de sangue em um laboratório privado na Baixada Fluminense e os resultados apresentaram falso negativo.

O presidente do Cremerj, Walter Palis, afirmou que a situação é “gravíssima” e que a segurança dos pacientes é “fundamental para garantir o bom exercício da medicina no estado”.

“Supostas falhas desse tipo são inaceitáveis”, acrescentou.

O Cremerj citou, porém, que o procedimento seguirá em sigilo, conforme o Código de Processo Ético-Profissional.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro também abriu um inquérito para investigar o caso.

Além disso, a secretaria criou uma comissão multidisciplinar para oferecer suporte aos pacientes afetados.

Segundo apurou a CNN, os infectados já estão cientes e os órgãos de outros 288 doadores estão passando por nova testagem no estado.

A CNN tenta contato com o laboratório, mas ainda não obteve retorno.

Thomaz Coelho, Cleber Rodrigues — CNN, em São Paulo e no Rio de Janeiro (* Sob supervisão)

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