Além do resultado na capital e em Arapiraca, segunda maior cidade e segundo maior colégio eleitoral de Alagoas, a apuração dos votos nas eleições municipais no estado aponta um dado significativo: a consolidação do MDB como maior detentor de Executivos municipais – e o número de cidades sob administração da legenda: 65.
Além disso, a comparação mostra outro dado relevantes: o salto entre prefeituras dirigidas por filiados ao partido – o que no jargão político é denominado de municípios comandados por determinado partido: o MDB quase duplicou sua presença no Estado, pois antes detinha 37 prefeituras.
Após o resultado, foi possível constatar uma mudança significativa nos partidos de prefeitos e prefeitas que venceram o pleito municipal.
Entre as legendas que se destacaram estão o Movimento Brasil Democrático (MDB) e o Partido Progressistas (PP), que em Alagoas são representados por duas figuras nacionais que são adversárias políticas: Renan Calheiros (MDB) e Arthur Lira (PP).
Se comparado às últimas eleições municipais, em 2020, o MDB passou de 37 para 65 prefeituras, enquanto o PP diminuiu a quantidade de representantes nas prefeituras, indo de 29 para 27.
Em entrevista ao programa Bom Dia Alagoas, o cientista político Ranulfo Paranhos avalia o cenário após as eleições como “trocar seis por meia dúzia”.
Ele ressalta que os grupos políticos formados por MDB e PP já são consolidados e antagônicos, mesmo antes do pleito municipal desse ano.
“De um lado você tem o MDB que tem um arco de aliança de mais de 50 prefeituras, candidatou um número quase que totalitário de prefeitos e obteve 65 prefeitos eleitos, isso é um número significativo, ou seja, quando você somar os prefeitos eleitos mais o arco de aliança, isso quer dizer que o MDB em Alagoas será a maior força política para 2026 e terá mais de 70% dos prefeitos”, analisou o cientista político.
Cientista político faz análise do cenário político após eleições municipais
Derrota dos Calheiros em Maceió
Além das prefeituras, Ranulfo Paranhos lembrou também que o governador do estado, Paulo Dantas, é filiado ao MDB.
Apesar disso, pela terceira vez consecutiva a legenda não consegue eleger um representante à Prefeitura de Maceió.
O cientista analisa também o outro grupo de oposição ao MDB, formado pelos PP e pelo Partido Liberal (PL).
Segundo ele, apesar de ter conquistado 27 prefeituras esse número pode ser maior, quando somado aos aliados.
“Ele [o partido] aumenta mais esse leque, um pouco mais de 30, quando você tem os aliados do PP e do PL, e formam esse segundo bloco de força política no estado de Alagoas”.
“O desenho institucional brasileiro das eleições aponta para uma coisa que a gente chama de ‘ano eleitoral’, esse ano, e ‘ano pré-eleitoral’, ou seja, em 2025 já é um ano pré-eleitoral e depois ano eleitoral de novo, em 2026”.
“O resultado de ontem [domingo] é uma prévia para 2026”, comenta Ranulfo Paranhos.
Câmara de Maceió
Eleito no primeiro turno das eleições municipais deste domingo (6), o prefeito JHC (PL) conseguiu a maioria na bancada na Câmara dos Vereadores de Maceió, com 11 cadeiras.
A princípio, ter maioria na Câmara pode significar mais apoio e facilidade para o Poder Executivo da cidade. João Henrique Caldas teve 83,25% dos votos válidos.
Outros partidos que tiveram maioria na Câmara foram o MDB, com quatro vereadores eleitos, e o PP, com três vereadores eleitos.
Em Maceió, 17 vereadores foram reeleitos e seis não conseguiram se reeleger.
Vinte e sete vereadores vão representar Maceió pelos próximos quatro anos, sendo 22 homens e 5 mulheres.
Ao analisar o cenário, Ranulfo Paranhos também diz que a situação ficou igual, uma vez que o prefeito eleito JHC já tinha a maioria e a manteve.
“Os nomes que entram não são necessariamente grandes novidades, porque você tem nomes que representam os grupos políticos já estabelecidos”.
“É só você olhar o sobrenome dos vereadores que são eleitos como novatos”.
Lucas Leite, Vivi Leão — G1 / AL e TV Gazeta de Alagoas