Eleições argentinas trazem termo que denomina perfil, movimento ou fenômeno político tipicamente portenho

E mais uma vez, o blog recorre ao correspondente da GloboNews no país vizinho, que em postagem em seu perfil explica o peronismo
Juan Domingo Péron, militar e político que denomina elemento típico – e característico – da política argentina. (Foto: reprodução)

O que é o peronismo (que até está presente nos partidos da oposição… e de muitos homens de Milei)?

Parte 1: Há 77 anos o poder civil na política argentina divide-se entre peronistas e não-peronistas. Mas, o que é o Peronismo, esse movimento fundado por um militar, Juan Domingo Perón? É quase uma pergunta metafísica!

O Peronismo é uma salada ideológica que mistura centro, esquerda e direita ao mesmo tempo….e que até se infiltrou nos governos não-peronistas.

É o partido que recebeu criminosos nazistas de braços abertos, teve uma guerrilha de esquerda cristã, uma milícia de extrema-direita…é o mesmo partido que foi alvo de massacres por parte da ditadura militar…mas que meses antes da volta à democracia, para tentar voltar ao poder, fez um pacto de anistia com os militares, que acabou fracassando.

É o partido que foi amigo de ditadores de direita, fascistas declarados, inclusive, e de ditadores de esquerda.

O mesmo partido que foi contra a lei do divórcio…e que depois aprovou a lei de casamento entre pessoas do mesmo gênero. E o mesmo movimento político que criou estatais, as privatizou e as reestatizou.

É o partido que fez as principais leis sociais e trabalhistas da Argentina…e que também foi o protagonista dos maiores arrochos e ajustes fiscais.

Desde a volta da democracia os peronistas governaram o país em 71% do tempo com os presidentes Carlos Menem, Adolfo Rodríguez Saá, Eduardo Duhalde, Néstor e Cristina Kirchner e Alberto Fernández..

Nos outros 29% do tempo governaram a Argentina três grupos que não eram peronistas. Ou quase.

Um foi a União Cívica Radical, a UCR, fundado no final do século 19, que oscila da centro-esquerda à centro-direita. Em 1983 a UCR elegeu Raúl Alfonsín, que colocou os militares da ditadura no banco dos réus. Renunciou 6 meses antes do fim de seu mandato em meio à crise da hiperinflação.

Texto de Ariel Palacios

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