A página eletrônica dedicada à mídia e comunicação da Folha/UOL, traz reportagem sobre o processo de provável perda do sinal da Globo pela TV Gazeta, que já data para ser selado: o primeiro semestre do ano que vem.
Matéria do jornalista Gabriel Vaquer, correspondente em Sergipe, traz o andamento do caso e as motivações.
Um dos colunistas da Folha/UOL que também tem acompanhado o caso é o jornalista alagoano Carlos Madeiro.
“Após 48 anos, a TV Gazeta de Alagoas deve deixar de ser parceira da Globo no Estado”, escreve Vaquer.
A mudança decorre de dificuldades financeiras e, em especial, do escândalo de corrupção que legou à condenação de Collor no STF (Supremo Tribunal Federal), em maio.
A nova parceira deve ser uma emissora comandada pelo Grupo Nordeste de Comunicação, que tem como acionista principal Vicente Jorge Espíndola. O grupo já é dono da TV Asa Branca, em Caruaru (PE).
Afiliada à Globo desde 1991, é apontada como uma das emissoras mais destacadas nesse tipo de parceria com a Rede da família Marinho.
Matéria veiculada há duas semanas, sobre o mesmo tema, mostrava a imagem do ex-deputado Inocêncio Oliviera, que foi presidente da Câmara dos Deputados, político e empresário do agreste e sertão pernambucanos – tendo o município de Serra Talhada como sede de seu reduto.
Nas últimas semanas, o novo grupo passou a operar em fase de testes, num prédio adquirido no mesmo bairro do Farol, onde funciona a TV Gazeta.
O transmissor já foi instalado e os testes começaram na última segunda-feira (23).
A expectativa é de que, com todos os testes dando certo e o prédio tendo plenas condições de funcionamento, a troca de emissoras que representam a Globo em Alagoas se dê no primeiro semestre de 2024.
Corrupção
A principal empresa do grupo da família Collor de Mello, que hoje tem Collor como principal acionista, parceira da Globo desde 1975, é uma das estão no processo de recuperação judicial, mecanismo jurídico para tentar evitar a falência, negociando uma dívida que totaliza R$ 284 milhões.
Porém, mesmo durante o processo, credores denunciaram irregularidades e recorreram ao MP, que confirmou haver indícios de crimes falimentares e recomendou abertura de inquérito policial com nomeação de delegado para investigar as empresas.
Mas, o fator, segundo a reportagem, que determina a posição da Globo é outra denúncia: a que envolve uso da emissora no esquema de corrupção que levou à condenação de Collor, pelo STF, em maio.
A condenação pelo Supremo foi por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Recebeu e ocultou R$ 20 milhões em propina paga em contrapartida por contratos entre UTC Engenharia e a BR Distribuidora.
A quantia era paga de dois modos: em depósito, diretamente na conta de Collor e o direcionado a contas da TV Gazeta e da Gazeta de Alagoas LTDA., ambas integrantes do grupo de empresas de Collor.
Segundo o relator, ministro Edson Fachin, houve 65 depósitos feitos às empresas entre março de 2011 e março de 2014, totalizando R$ 13 milhões.
Os depósitos eram feitos em valores fracionados (montantes menores) opara desviar a atenção do COAF (Conselho e Controle de Atividades Financeiras).